Já se foi o tempo em que as doenças eram
consideradas simplesmente o resultado da disfunção ou desgaste do corpo físico somente. A ciência avança no sentido de demonstrar o
quanto os fatores psicológicos influenciam no desequilíbrio orgânico e
começamos a ser vistos de um modo integral, resgatando velhos conceitos do
orientalismo que sempre enxergou o corpo físico como parte de um todo. E, de
fato, é assim que funciona a nossa saúde física, refletindo aspectos bem mais
profundos do nosso ser, que precisam ser revelados para nos reconduzirmos ao
caminho do equilíbrio e, portanto, da saúde.
E, dentro desta visão mais apurada,
como podemos definir ‘doença’ e ‘saúde’? A doença física é a ponta do iceberg,
a parte visível dos desequilíbrios dos corpos mais sutis, um termômetro que
acusa a necessidade iminente de uma reversão em algum quadro psíquico.
Utilizando-nos de conceitos da espiritualidade e da metafísica podemos explicar
a doença da seguinte forma: nós possuímos corpos mais sutis, entre eles nos
interessa agora falarmos de quatro corpos, corpo físico, energético, emocional
e mental. Tudo principia no corpo mental onde os registros dos condicionamentos
adquiridos começam a gerar formas-pensamento negativas, ou seja, ondas mentais
que “informam” a cada partícula do corpo emocional como devem agir.
Assim,
podemos pensar que o corpo mental é o degrau mais alto de uma escada de quatro
degraus, e todos os padrões de pensamento ali produzidos irão modelar os outros
corpos inferiores, descendo degrau a degrau até atingir o corpo físico. Então,
se você gerar vibrações mentais de injustiça, impotência, incapacidade,
desamor, etc, você estará contaminando o corpo imediatamente abaixo, neste
caso, o emocional, também conhecido como corpo astral. Neste ponto sua mente já
está doente! Você tem pensamentos constantemente perturbados, negativos,
confusos, provocando um caos mental que desordena os corpos inferiores. A
partir daí, o corpo emocional é atingido e, por sua vez, entra num turbilhão de
emoções negativas que, a maioria delas, são provocadas por pensamentos
repetitivos referentes a situações do passado, ilusões que não se referem à
realidade presente e sim a traumas ou condicionamentos. Geralmente são estas
ideias obsessivas que o indivíduo alimenta em sua mente racional que levam seu
corpo emocional ao stress e ao colapso. Sobrevém o medo, a angústia, a
tristeza, a raiva, o remorso, e tudo isso de um modo também repetitivo, ecoando
fatos do passado, daí chamarmos estas emoções de ressentimentos, ou seja,
sentimentos que se repetem.
Este segundo corpo, o emocional, o segundo degrau
de cima para baixo, se desequilibra e começa a produzir vibrações negativas
alterando o modelo original do próprio corpo físico, pois este corpo emocional
tem a função de modelar os outros dois corpos inferiores, o energético e o
físico. O corpo energético é o corpo dos chackras, centros de força ou ‘órgãos
energéticos’ que possuem funções específicas e geram vitalidade ao corpo
físico. Quando o desequilíbrio mental atinge este terceiro degrau descendente,
a pessoa já está a um passo da doença se instalar no físico, pois o corpo
energético é feito de energias mais densas, que já são consideradas materiais.
Isto explica os sintomas que podemos sentir, como dor, enjoo, mal-estar,
tontura, etc, sem nem mesmo se verificar, ainda, qualquer problema físico, pois
os chackras afetam o nosso sistema nervoso gerando sensações aparentemente
físicas.
Não demora e a doença chega ao nosso corpo mais denso, o físico,
manifestando-se nos órgãos que correspondem aos padrões mentais e emocionais
que se desvirtuaram, promovendo a chamada psicossomatização. Logo, chegamos a uma
conclusão clara de que precisamos corrigir estes padrões para que nenhuma
doença se instale em nossos corpos mais densos. Podemos, então, compreender a
doença como o desvio do verdadeiro caminho de nossa essência.
Quando
vivenciamos a nossa verdade, sem corrupções, sem ceder às tentativas da
sociedade em nos adequar, adaptar e com isto neutralizar a nossa
individualidade, e nos colocamos verdadeiros, inteiros e corajosamente
assumimos quem somos e aos nossos sonhos enfrentando críticas, dificuldades,
enfim, todos os tipos de barreiras, e seguimos o fluxo da vida sem entraves,
então evoluímos! Ser saudável é evoluir e ser inteiro em sua verdade! Podemos
assim dizer que somente a verdade cura! A própria palavra ‘saúde’ vem do Latim
salutare, “saudar”, relacionada a salvus, “salvo, em segurança”, ou seja,
precisamos nos colocar inteiros, sem abandonarmos nenhuma parte de quem somos
em essência, para obtermos plena saúde!
Precisamos preservar ‘em segurança’
cada pequena parte dos nossos verdadeiros sentimentos e buscarmos viver o nosso
caminho evolutivo prazerosamente, livremente, rumo à nossa auto realização!
Toda vez que mentimos para nós mesmos, colocando o nosso ego (razão) contra o
nosso eu (sentimento puro) nos sabotamos e adoecemos! A mentira adoece e a verdade
cura! Sempre que você mente para si e para o mundo, tentando ocultar o medo, a
raiva, a tristeza, etc, você apenas ‘joga’ para o andar de baixo (corpos
inferiores) todo o lixo emocional e energético até que ele atinja o andar
térreo, o corpo físico, gerando inúmeras doenças.
Seja verdadeiro, siga seu
coração, seja puro como a criança que renasce a cada dia e vê um mundo de
possibilidades à sua frente e se sentirá revigorado, energizado e saudável,
pois as energias da natureza e as energias cósmicas irão fluir para você a
partir do momento em que você se colocar parte do todo, merecedor de uma vida
plena e, portanto, livre para ser você mesmo!
Fonte: Marcello Cotrim (Matéria publicada na
Revista Samadhi nº 07)
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