quarta-feira, 21 de maio de 2014

Perguntas e Respostas sobre a Terapia Craniossacral



P: O que a Terapia Craniossacral faz em relação a dores de cabeça?
R: Dor de cabeça é uma das queixas mais comuns de que tratamos com a Terapia Craniossacral e suas derivadas. Eu diria que obtemos sucesso em 80 a 90 por cento dos casos que nos são apresentados. 

P: E quanto à dor crônica nas costas?
R: Aqui, mais uma vez, o sucesso é notável quando a Terapia Craniossacral é utilizada para dores nas costas, inclusive para rupturas de discos. Nós trabalhamos de dentro (“âmago”) para fora. Quando o “âmago” é corrigido, o exterior (problema periférico) ou se autocorrige ou se torna acessível ao tratamento convencional. 

P: Se esse método de tratamento é tão bom, por que não é incorporado pelo sistema de saúde convencional? 
R: As mudanças precisam de tempo. Recebemos cada vez mais reconhecimento, mas estamos perante vários dogmas, dentre os quais se encontram: 
1. Os ossos do crânio não se movem. 
2. A mente não controla o corpo. 
3. Toda memória está encerrada no cérebro. 
4. Transferência de energia entre paciente e terapeuta é ridículo. 
5. Lesões nos tecidos nervosos são permanentes. 
E daí por diante. 
Em vista dessas crenças antiquadas, porém arraigadas, acho que nosso nível de aceitação é bastante bom. 

P: O que o senhor pode fazer em relação à depressão?
R: Em determinados tipos de depressão, a Terapia Craniossacral é provavelmente o tratamento mais eficaz que existe. Em outros tipos, quando combinada com a Liberação Somato Emocional e com a Imaginação e Diálogo Terapêuticos, os resultados são bons. 

P: O que o senhor pode fazer em relação à TPM?
R: Na maioria dos casos, podemos erradicar esse problema da paciente. A Terapia Craniossacral pode ajudar a promover e promove um melhor funcionamento dos órgãos pélvicos. Também melhoramos o funcionamento do sistema endócrino - nesse caso, das glândulas pituitária, adrenais e ovários. 

P: E quanto à retenção crônica de fluidos? O senhor pode ajudar nisso?
R: A Terapia Craniossacral melhora a movimentação de fluidos em todo o corpo sendo assim, ajuda em casos de retenção de fluidos, sejam eles devido a problemas cardíacos, problemas renais, desequilíbrio mineral ou qualquer outra causa. Deve ser feita regularmente se a causa estiver ativa. Nesses casos, gostamos de ensinar um membro da família ou alguém querido a tratar do paciente diariamente. 

P: Quais os resultados obtidos com artrites?
R: Há vários tipos de artrite. A mais comum é a artrite óssea. Provavelmente, a mais evidente é a reumatóide, que tem uma natureza inflamatória. Ambos os tipos de artrite são sensíveis e respondem bem à Terapia Craniossacral. Nesses casos, também gostamos de ensinar membros da família a tratar do paciente diariamente. Essa abordagem ocasiona as melhores respostas. 

P: Soube que o senhor tem tido resultados interessantes com pacientes de coma.
R: Sim, o número de pacientes não é alto, mas dos poucos que tratei os resultados vão de bom a espetacular.

P: Porque algumas pessoas se sentem piores após um tratamento?
R: Há várias razões para esse desconforto posterior ao tratamento. Uma delas é que o corpo está revivendo uma lesão ou trauma anterior que está sendo liberado dos tecidos. Isso pode levar alguns dias. Outra é que áreas de “torpor” voltam à “vida” e ficam mais sensíveis. Também, acontece muitas vezes de o corpo adaptar-se a um mau funcionamento. Quando removemos a adaptação, ao nos aproximarmos do núcleo do problema, a dor suprimida volta à superfície. 
Também devemos considerar que a dor é uma percepção. Quando a esperança da correção de um problema é apresentada ao paciente, o inconsciente faz com que a dor pareça pior, para que o terapeuta não pare antes que todo o problema seja resolvido. Há muitas outras razões individuais para uma piora de sintomas após um bom tratamento. 
Não podemos negligenciar a possibilidade de que o terapeuta tenha errado. Isso pode ocasionar uma reação dolorosa. Esse erro geralmente se deve à aplicação de força excessiva e/ou à tentativa de fazer com que o corpo do paciente faça o que o terapeuta acha que está certo. Nós pregamos o sermão de “seguir o corpo, não levá-lo”. 

P: Por que parece que o terapeuta não está se mexendo? 
R: Porque nós quase não nos mexemos. Aquilo que buscamos na Terapia Craniossacral é extremamente sutil. Requer prática, mas uma vez aprendido não se esquece jamais. 

P: Como é que vocês conseguem curar usando um toque tão leve? 
R: Como disse antes, na Terapia Craniossacral tentamos, sobremaneira, propiciar que o corpo do paciente faça, ele mesmo a correção. Nós, os terapeutas, auxiliamos a tendência de correção natural do corpo do paciente. Quando se usa mais do que uma pequena força, pode-se engajar a defesa corporal do paciente contra sua intrusão. Quando o corpo do paciente começa a se defender do terapeuta, Os tecidos do corpo do paciente se retesam numa tentativa de manter-se no estado em que se encontram. Quando confrontado com essa situação, o terapeuta pode: 
(1) aplicar mais força para sobrepujar a resistência do paciente; ou (2) tocar com mais leveza, como fazemos na Terapia Craniossacral, assim permitindo que os tecidos do paciente relaxem e se obtenha uma liberação terapêutica, oferecendo ajuda apenas o suficiente para promover a eficácia do próprio mecanismo autocorretivo do paciente. 
Mais uma vez somos confrontados com a diferença de abordagem que separa a Terapia Craniossacral das outras técnicas cranianas. Essa diferença é o que torna a Terapia Craniossacral tão segura e tão utilizável por não médicos. Ela pode ser aplicada à moda livro de receitas e ainda assim podem-se obter excelentes resultados. 

P: Por que tenho um problema de ATM se não há nada de errado com os meus dentes?
R: O problema de ATM, em minha experiência, é na maior parte das vezes um efeito ou resultado de uma disfunção do sistema craniossacral ou do sistema de articulação de músculos e ossos. Você é um ser integral, e cada parte sua está conectada a todas as outras partes. Não podemos deixar que a dor e a localização de sintomas nos enganem. Encontre a causa. Ela pode estar muito bem camuflada. Pode estar localizada em praticamente qualquer lugar, mas sua descoberta é parte do prazer de trabalhar com isso. 

P: A Terapia Craniossacral ajuda àqueles de nós que estão ficando velhos, mais retesados, mais frágeis e perdendo a memória? 
R: A resposta é um grande “Sim”. Já tratei de pessoas regularmente que estão com mais de 80 anos. Essas pessoas melhoram em agilidade e mobilidade. Elas ficam com mais energia e demonstram melhoras de intelecto e memória. Também ajuda a combater a retenção de fluidos e melhora a resistência contra resfriados, gripes, etc. 



Gravidez e Obstetrícia

P: É seguro fazer Terapia craniossacral agora que estou grávida?
R: Sim, é seguro, e até aconselhável, porque a Terapia Craniossacral mobiliza e melhora muito dos processos normais de adaptação do seu corpo. É necessário que esses processos ocorram perfeitamente durante a gravidez. A Terapia Craniossacral pode ajudá-los sobremaneira. 

P: Ouvi dizer que a Terapia Craniossacral pode induzir o parto. Pode induzir o parto prematuramente?
R: A Terapia Craniossacral ajuda os processos fisiológicos normais. Quando aplicada de forma apropriada, ela nunca irá contra aquilo que seu corpo quer fazer. 

P: Se parecer que meu parto não está progredindo, a Terapia Craniossacral pode me ajudar?
R: Sim, muitas vezes a Terapia Craniossacral parece ser um veículo de renovação de energia durante um parto paralisado. Isso pode se dar através de vários mecanismos distintos, mas na realidade não importa qual deles seja teoricamente correto. A Terapia Craniossacral é geralmente seguida por um parto natural rápido. 


Recém-nascidos & Bebês 

P: Quão cedo pode se tratar um recém-nascido com a Terapia Craniossacral?
R: Dependendo da habilidade cio Terapeuta Craniossacral, o primeiro tratamento pode ser feito alguns minutos após um parto natural. Quanto mais novo o recém-nascido, mais habilidoso deve ser o terapeuta. A atividade do sistema craniossacral é extremamente sutil no momento do parto, mas torna-se mais perceptível com o passar das horas de vida extra-uterina. Para ter certeza do que ele/ela está fazendo, o Terapeuta Craniossacral deve ser capaz de perceber o ritmo craniossacral do recém-nascido. Sendo assim, para um terapeuta, uma hora após o parto pode ser o momento adequado para tratar a criança. Outro terapeuta, com menos experiência e desenvolvimento de percepção, pode ter que esperar um dia, uma semana, um mês ou um ano. 

P: Porque deveria querer que meu filho recém-nascido seja tratado?
R: A Terapia Craniossacral pode corrigir problemas no sistema craniossacral imediata e permanentemente. Esses problemas, quando corrigidos, podem evitar o desenvolvimento de cólicas, problemas respiratórios, hiperatividade, dislexia, convulsões, síndrome do bebê hipotônico e alergias. Embora ainda não tenha sido comprovado, acredito que também possa prevenir muitos casos de paralisia cerebral, escoliose e problemas dentários que posteriormente na vida podem precisar de ortodontia. Além disso, tem sido demonstrada uma melhora na saúde geral da criança.



Pós-parto das Mães

P: Como a Terapia Craniossacral pode ajudar à nova mãe?
R: De várias maneiras: (1) Ajuda a restaurar o equilíbrio hormonal; (2) Ajuda a aliviar a depressão pós-parto; e (3) Restaura a função pélvica normal, assim eliminando vários problemas de coluna de pós-parto e outros. 

P: Tive problemas de pressão sangüínea alta depois do meu segundo parto. A Terapia Craniossacral poderia ajudar? 
R: E muito comum que a pressão sangüínea alta volte ao normal após algumas poucas sessões de Terapia Craniossacral. 

P: E quanto a me ajudar a perder o peso ganho durante a gravidez?
R: Se normalizar seu sistema endócrino e mobilizar seus fluidos corporais lhe ajudarem a perder peso, a resposta é sim. 



Crianças

P: Que tipos de problemas infantis podem ser ajudados pela Terapia Craniossacral?
R: Essa é uma pergunta extremamente ampla. Tentarei respondê-la baseado em minha experiência pessoal. 
1. Alergias 
Respiratória — A Terapia Craniossacral definitivamente é de grande ajuda quando combinada à Liberação Somato Emocional.
Alimentar - A Terapia Craniossacral também é útil quando problemas estruturais no crânio são encontrados e liberados. Há outras causas para alergias alimentares as quais não são necessariamente afetadas pela Terapia Craniossacral. 
2. Cólicas, problemas de digestão e de eliminação são corrigidos pela Terapia Craniossacral em aproximadamente 75% das vezes, a não ser que sejam devido a tumores ou outros problemas patológicos significativos. 
3. Problemas psicológicos — A Terapia Craniossacral ajuda o terapeuta a desenvolver uma relação de harmonia e confiança com a criança rapidamente. Dessa forma, os problemas emocionais podem ser descobertos. Por outro lado, já vi vários problemas “psicológicos” desaparecerem quando foi feita a correção de um problema craniossacral. Esses problemas não tinham base emocional. Embora parecessem ser psicológicos, eram devidos a disfunções fisiológicas do sistema craniossacral. 
4. Crianças hiperativas são tratadas com muita eficácia pela Terapia Craniossacral quando o problema não é de origem emocional. Em minha experiência, cerca de 50 a 60 por cento dos problemas de crianças hiperativas têm base no sistema craniossacral. 
5. Dificuldades de aprendizado e dislexia — Como no caso das crianças hiperativas, quando o problema se origina no sistema craniossacral, o tratamento é muito eficaz. Isso é em 50 a 60 por cento dos casos. 
6. Síndrome de Down — Essa é uma questão muito difícil. O que posso dizer é que crianças com síndrome de Down que receberam Terapia Craniossacral ficaram felizes e geralmente excederam as expectativas convencionais. 
7. Retardo mental - Se a criança “retardada” responderá ou não de forma dramática à Terapia Craniossacral vai depender da causa do “retardo”. Obtive resultados extraordinariamente positivos em determinados casos. Em outros, elas ficaram mais saudáveis após o tratamento, mas não ficaram necessariamente mais espertas. 
8. Paralisia cerebral— A maior parte da minha experiência tem sido com casos espásticos. Todas essas crianças melhoraram - algumas de forma dramática, outras só um pouco. Mais uma vez, depende da causa da paralisia. Às vezes, a espasticidade melhora, mas a criança fica com uma paralisia flácida. A flácida é mais confortável que a espástica, então isso tem algum valoR: 
9. Convulsão - A resposta da criança com crises convulsivas depende estritamente da causa das convulsões. Já observei muitas crianças pararem de ter convulsões sem qualquer medicação enquanto recebiam Terapia Craniossacral. Algumas crianças cujas convulsões têm como causa desordens cerebrais profundas não respondem ao tratamento. A maioria delas deixa de ter convulsões e passa a requerer uma dose reduzida de medicamento. 
10. Autismo - Fizemos três anos de pesquisas intensivas com crianças autistas no fim da década de 70. Observamos melhoras significativas no comportamento autodestrutivo, na mostra de afeição, e na interação social. Essas melhoras em geral se deterioravam dentro de três a seis meses após a descontinuação da Terapia Craniossacral. Essa é uma situação ideal para os pais aprenderem a tratar de seus filhos, e uma questão para mais pesquisas.

P: A Terapia Craniossacral beneficia criança normal de alguma forma?
R: Sinto fortemente que a Terapia Craniossacral é atualmente um dos programas de tratamento de saúde mais fortes e eficazes que há. Então, em vista de minha predisposição, a resposta é sim. 

P: Fui informada de que a Terapia Craniossacral pode ser usada em doenças infantis como sarampo, caxumba, catapora, etc.
R: Em minha experiência, tenho observado que a Terapia Craniossacral pode ser usada para efetivamente acabar com a febre e ajudar a criança durante a parte crítica da maior parte desses casos. Creio que ela apóie o sistema imunológico e mobilize o sistema nervoso autônomo de forma a melhorar as defesas do corpo.

P: E quanto à escoliose?
R: Em alguns casos de escoliose, a causa é craniossacral. Na maior parte das vezes, contudo, o tubo da membrana dura-máter que desce pelo canal espinhal tem uma torção a qual pode ser detectada no início na vida. A coluna resiste à torção o máximo de tempo possível, mas em algum momento, no período anterior à puberdade ou no início da adolescência, a coluna começa a contorcer-se em resposta à torção da dura-máter. Esse é o início de uma escoliose. Às vezes, se detectada no início, ela pode ser corrigida com a utilização da Terapia Craniossacral e então a escoliose desaparece. 

P: Como é que a Terapia Craniossacral trabalha com a ortodontia?
R: Muito bem. Ela geralmente abrevia o tempo de ortodontia e ocasionalmente elimina totalmente a necessidade de aparelhos. Sugiro que todas as crianças selam tratadas com Terapia Craniossacral antes de iniciar uma correção ortodôntica. 

P: O senhor pode ajudar crianças estrábicas? 
R: Quando o problema se deve a uma tensão na dura-máter afetando os nervos oculares, os resultados são excelentes e dramáticos. Ajudei várias crianças a evitar uma cirurgia nos olhos usando técnicas da Terapia Craniossacral.
Fonte: Livro: Seu Médico Interno e Você -  John E. Upledger